SONATA PARA NENHUMA VOZ
Tramar nesse cansaço
A paisagem que se esqueceu
Se orientar no vazio
Inventar bússolas de silêncio
Tua mão já é cansada
Mas ainda escreve cartas
Olha que a vida é isso mesmo
Salvar o mundo é coisa de cinema
Nas asperezas dos desencontros
(e tantos são os desencontros)
Salve-se quem puder!
É indispensável não perder
Aquela porção de sanidade
Nessas agonias do cotidiano
O sangue já se tornou horizonte.