CAMAFEU QUEBRADO
Ainda guardo tuas lembranças esculpidas no mármore branco de minha alma.
Ainda guardo o teu velho camafeu com a foto de tua mãe naquele vestido amarelo que ganhei de suas mãos na margem do nosso lago favorito... do nosso parque favorito... no nosso dia favorito...
Ainda guardo vívido cada momento que passamos juntos, cada sorriso, cada carinho de mão e cada beijo
Não sei onde isso deixa de ser lembrança e se torna saudade
Mas eu não sei de muita coisa mesmo e não sei se acho isso ruim...
Tenho pena dos que sabem
Em alguns assuntos, a ignorância é a saída indolor.
Como queria, no conforto de minha inocência velada, que fosse no nosso caso...
Finjo ignorar o que um dia fomos, o que um dia você significou pra mim
Quebro teu camafeu jogando-o na parede toda vez que lembro de ti
E aqui estou... na relojoaria da esquina pela quinta vez essa semana...