CAMAFEU QUEBRADO

Ainda guardo tuas lembranças esculpidas no mármore branco de minha alma.

Ainda guardo o teu velho camafeu com a foto de tua mãe naquele vestido amarelo que ganhei de suas mãos na margem do nosso lago favorito... do nosso parque favorito... no nosso dia favorito...

Ainda guardo vívido cada momento que passamos juntos, cada sorriso, cada carinho de mão e cada beijo

Não sei onde isso deixa de ser lembrança e se torna saudade

Mas eu não sei de muita coisa mesmo e não sei se acho isso ruim...

Tenho pena dos que sabem

Em alguns assuntos, a ignorância é a saída indolor.

Como queria, no conforto de minha inocência velada, que fosse no nosso caso...

Finjo ignorar o que um dia fomos, o que um dia você significou pra mim

Quebro teu camafeu jogando-o na parede toda vez que lembro de ti

E aqui estou... na relojoaria da esquina pela quinta vez essa semana...

G Silva
Enviado por G Silva em 02/07/2020
Reeditado em 02/07/2020
Código do texto: T6994322
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