RELÂMPAGO ESTÉRIL
com um buraco oco e vazio no coração
como labaredas em chamas malvadas
a exercer a sua sina
como larvas de vulcão vomitando pra dentro
cuspindo pra dentro
sugadas...
a arder na noite escura
como solidão a prazo, líquida,
no varejo
vencida
na prateleira do tempo
e eu ao relento de mim mesmo
a ermo
a vagar como relâmpado estéril
fantasma sem destino desnutrido
menino homem sem sem poesia
anêmico, amputados do seu destino
com olhar perdido desiludido
por entre as esquinas
dos sarcasmos, das indiferenças retas cegas vis
que fazem doer mais que tiros de canhão.
desertos traçados sem rascunhos
como acessórios de vandalismos tortos de mim mesmo
na poeria, na vertigem, na fuligem
...às cinzas
a respirar desertos artificiais, postiços
mas em verdade vos digo:
maltrata mais que a própria morte
diante de tanta dor
cemitério é apanas cenário
nesse calvário de mim mesmo
nessa sentinela coloriua de desgosto
nesse calvário pulverizado com meu respirar sufocado
com estoque limitado
denúncia de fim de estrada