Fendido

Aqui começo a ter as fendas

na cara pobre. Bocejar

sussurração dos que começam

a caminhada relutante.

Exercitar o vazamento.

Preguiça tosca serpenteia

sem condução que tudo para,

qualquer momento, vaporoso.

O carcomido borrifar

de limo velho avarandado

da pele, carne cimentada.

E me confundo nesses móveis

empanturrados. Empenado

dentro da pena sem escrita.

Pincelo a casca leporina,

matamatá consome a margem

imersa. Limpo a tensa calha

tolhida e gasta no apagão

encouraçado na água cinza.

Encalacrado o caminhante

numa travessa corre ilhado.

Finjo mudez atrás da máscara.

Aqui começo a ser as fendas.

André SS
Enviado por André SS em 01/07/2020
Código do texto: T6993549
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