QUANDO SE OLHA

Quando se olha no espelho
E não vê o que se espera
Quando se olha no calendário
E percebe que já era
Quando se olha em volta
E vê que o ontem não voltou
Bate um desespero
Misturado com quimera
 
Quando se aposta no amor
E acaba só em paquera
Quando se investe no adubo
Mas a muda não persevera
Quando se olha para o céu
E só céu de bocas é o que resta
Bate um desespero
Misturado com quimera
 
Quando se domestica o bichano
Mas ele vira fera
Quando se arrisca nos dados
Mas a mesa é uma esfera
Quando se olha para o chão
E percebe o início da cratera
Bate um desespero
Misturado com quimera
 
Quando o Bayer de Belford Roxo
Não é o mesmo da Baviera
Quando se sente tão solitário
No meio da galera
Quando se olha para o horizonte
E na linha não tem um trem
Bate um desespero
Misturado com quimera

 
Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 29/06/2020
Código do texto: T6991696
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