emancipar o filho
mulher!
você planeja um filho no caos.
ao menos teça sua alegria discretamente.
preserve-a no ar de sua alma.
tão logo expropria teu útero de seu ego invasor.
permita a vosso filho a pura nudez que o cinge.
o berço de vosso filho é mais o oceano que seus braços.
deverá ser para vosso filho como a ostra
calcificando parasitas preconceituais.
devolvendo ao oceano o amor como a pérola mais radiante.
os primeiros passos devem ser próximos às falas do seu amor.
sendo um sol discreto aquecendo a humanidade de vosso filho.
e mesmo as boas mães não são páreas para as instâncias
colonizando o solo de vossos filhos para relações líquidas.
mulher!
não é em vão a sua inigualável força.
sois nossa redenção.
homem!
quando abraçardes vosso filho,
é bom que o mundo esteja incrustado em seu abdômen.
digo, suas lutas no caos devem ser a brandura de sua fronte.
vosso filho está ligado à essa diretriz.
não o mande lutar sem antes ele saber que o mais duro metal
não suporta a brandura do amor e da honradez.
os triunfos ou não, de vosso filho, são as mensagens do seu corpo
mais que de vossa língua.