A estrada e a flor




O primeiro beijo não foi esquecido,
recordo
o bilhete jogado ao chão,
dizendo do teu ciúme,
o medo da despedida,
e no quadro da sala de aula, escrito a giz,
te quero para sempre; 
Foi deixado.

Em resposta
deixei no espelho do banheiro masculino,
um sorrateiro recado
com o vermelho do batom que tu me deu,
a nossa história de amor proibido,
de tímidos eu te amo,
por engano, mas já fomos perdoados.

Depois para sempre, a vida nos afastou,
pegamos cada um a sua estrada, 
naquela viagem repentina...
à janela, nos meus cabelos o presente,
a flor que me destes, o vento nela soprava,
ao longe a flor caiu
carregando os nossos momentos,
e chamava a atenção dos passageiros
no trem, éramos eu, a estrada e flor,
a flor nos meus cabelos,
deixando para trás a nossa história de amor.

Passado tantos anos,
recordo, mas não consigo sentir saudades,
amo o meu presente...
sou um pouco de realidade,
sou ousados sonhos,
fugindo do meu deserto permanente,
sou a estrada e a flor,
sou os versos que componho.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 29/06/2020
Código do texto: T6990948
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