libres
Poema escrito em 2018/19. Vontade antiga de amar livre.
Amar uma mulher nos olhos
A grade no meio.
É amar com chaves nas mãos.
Com as pilhas dos relógios
também nas mãos
Pro tempo parar.
Amar uma mulher na boca
Um engasgo no meio.
Um tumor na garganta
É o medo emboloado
Confundido com entalo.
Amar uma mulher nos ombros
Arrancar o peso da cruz indevida.
Com todas as ervas de banho e cheiro.
As plantas graúdas.
Eu sei, amor, beijar você na rua. Dançar.
Eu sei fazer amor baixinho
Pra ninguém ouvir. Nem Deus.
Amar uma mulher nos peitos
O sutiã no meio. A blusa o casaco
O medo no meio.
A minha porta é, e meu chão também,
Onde nós podemos.
Amar uma mulher no chão.
Barro cimento brita cerâmica cera
Sem medo.
E o amor fica pairando no ar.