A magia da estrada



Não quero que vá,
não agora, espere,
posso lhe acompanhar?
- Deixe
que eu vá sozinha,
nada mais me prende
aqui,
o amor que eu tinha
foi embora,
o que mais preciso levar,
sou eu quem preciso partir.

Fingindo admiração,
eu me faço de atordoada
- Que trem estranho
é esse,
onde é que vou parar?
Não me preocupo
com mais nada.

A poeira dos meus cabelos,
bati,
no mundo me joguei,
nem da vida um balanço fiz,
para a tal desconhecida
viagem,
eu me armei de coragem.
Onde habitam os sonhos,
alcanço,
o que deixei por opção
não perdi.

Se a esperança se renovará
não sei,
será um novo caminho,
algo estará  à me esperar,
não importa,
a vida quero explorar.

- Bom dia,
posso lhe ajudar,
aqui ao meu lado venha sentar.
- Não, obrigada, deixe
que eu mesma vou procurar
outro lugar,
não quero parecer mal educada,
ficarei à janela,
olhando a magia da estrada,
cabelos ao vento,
só eu e os meus pensamentos.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 28/06/2020
Código do texto: T6990007
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