P R E C I O S I DA D E S (218)
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e
pousam no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto,
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já esteve em ti.