CRUZADAS

No tempo das ideologias/

Parágrafo das lutas/

Nas ruas/

Até me elevei/

Procurava o epicentro das lutas/

Para inovar nos verbos/

Nunca fui o senhor da raiz/

Mas quando entendi a razão de existir eu e você, busquei/

E tão convicto dos horizontes/

Que empunhei o braços/

Suei a camisa, soltei o grito e caminhei/

Usei a voracidade da minha juventude/

Pra fazer valer os meus e os direitos dos outros/

Da periferia desqualifiquei estereótipos/

Que a sociedade teima em nos imputar/

Calejei e sangrei as minhas mãos pra ergue a liberdade e a justiça/

Princípios da Democracia/

Que ainda respiramos, mesmo que amargamente/

Tanto desgaste, tanta guerra, tanta morte/

Pra vendermos barato aos oportunistas e aos usurpadores/

Que pensam que podem, com a força do capital/

Comprar e descomprar pessoas/

Me assento olhando enclausurado numa tristeza/

Entre o espaço do meu sapê e as grades/

Que me protegem da violência e me proíbem de viver/

Me pergunto em muitas das vezes/

O que ajudei a construir/

Para os meus e seus filhos/

Uma desigualdade andante/

Uma corrupção imoral/

Uma luta constante entre bandeiras/

Que não querem saber que o povo /

O bem estar do nosso povo/

É mais importante do que qualquer poder/

De certo eles não devem ter sangue nas veias/

Porque pra viver, precisam sugar da misérias alheia, os seus valores/