ESTRELAS INSONES
ESTRELAS INSONES
por Juliana S. Valis
Estive aqui, em silêncio, cercada de estrelas insones,
Pedindo ao mistério que revelasse seu riso,
Buscando critérios no sonho impreciso,
Pedindo sentido às horas que passam
E às memórias incautas que, na alma, ficam...
Estive por dentro e por fora de tantas hipóteses,
Caçando verdades onde só havia incerteza,
Como se um sopro de fé servisse à mesa dos dias
E trocasse os talheres de tantos equívocos...
Sim, estive à esquerda e à direita de tudo,
Vendo as memórias como estrelas cadentes,
Que passam nas mentes, entre tantos cometas,
Entre ideias insones, que se vão, de repente,
Construindo sonhos pela madrugada infinita,
Feito ecos do tempo disfarçados de gente,
Diluindo no vento algum resquício de paz,
Como estrelas insones que iluminam a mente,
No delírio infinito de um sentimento fugaz.
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