MARGENS
Fazer dessa minha luta
Uma espécie de idioma
Onde os homens se encontrem
Não tenho vocação de silêncios
Meu território é a palavra
Nela me amparo e me converto
Sou estrangeiro é de sonhos
Componho minha ausência
Nas reticências de um tempo
Vou margeando a realidade
Com verbos de ilusão
Na superfície da verdade
Vou tecendo distâncias
Acertando em vão o vazio
A travessia se instalou em mim
Já caminho para nem chegar.