(in, duetos líricos)

___Eu poderia falar da escuridão.

.___E do lodo que deixa minha alma melada.

.___Falaria facilmente dessa dor que não cessa.

.___De toda a infecção emocional que me consome.

.___Sem paz, sem luz, sem alívio.

.___Flores e esperanças estão mortas há muito tempo.

.___Não há saída possível, quando a alma sangra.

.___Deixando rastros pela vida, marcando o tempo em cada madrugada infinita.

.___Não. Não é uma história bonita.

.___Tem a destruição de cada sonho antes de ser realizado.

.___Tem a mágoa corrosiva.

.___Tem a angústia e a agonia, juntas na tortura dos dias.

.___A dor é áspera e depois de suportar, o que sobra é o que menos importa.

.___Acordo nas horas infinitas da amargura que me corrói até os ossos.

.___Dos pesadelos que consomem os sonhos; restando apenas pétalas destroçadas pelo chão.

.___Estou enferma, falta-me amor, aquele que transpassa a alma, invadindo o coração.

.___Vejo-me na imensidão de um oceano morto, escuro, no profundo caos sombrio.

.___Solidão!

.___Não, não ouse me beijar, pois, os teus lábios cheios de Ópio, roubariam-me o resto de paz.

.___Resta-me a sangria do Ser, que fui, que apenas verseja nessas linhas que muitos dizem ser Poesia.

.___Mas, só eu sei, que, não passa de um grito d'alma com estigmas; sôfrega e sem par.

Cristina Milanni e Helen Chaya
Enviado por Cristina Milanni em 24/06/2020
Código do texto: T6986656
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