(in, duetos líricos)
___Eu poderia falar da escuridão.
.___E do lodo que deixa minha alma melada.
.___Falaria facilmente dessa dor que não cessa.
.___De toda a infecção emocional que me consome.
.___Sem paz, sem luz, sem alívio.
.___Flores e esperanças estão mortas há muito tempo.
.___Não há saída possível, quando a alma sangra.
.___Deixando rastros pela vida, marcando o tempo em cada madrugada infinita.
.___Não. Não é uma história bonita.
.___Tem a destruição de cada sonho antes de ser realizado.
.___Tem a mágoa corrosiva.
.___Tem a angústia e a agonia, juntas na tortura dos dias.
.___A dor é áspera e depois de suportar, o que sobra é o que menos importa.
.___Acordo nas horas infinitas da amargura que me corrói até os ossos.
.___Dos pesadelos que consomem os sonhos; restando apenas pétalas destroçadas pelo chão.
.___Estou enferma, falta-me amor, aquele que transpassa a alma, invadindo o coração.
.___Vejo-me na imensidão de um oceano morto, escuro, no profundo caos sombrio.
.___Solidão!
.___Não, não ouse me beijar, pois, os teus lábios cheios de Ópio, roubariam-me o resto de paz.
.___Resta-me a sangria do Ser, que fui, que apenas verseja nessas linhas que muitos dizem ser Poesia.
.___Mas, só eu sei, que, não passa de um grito d'alma com estigmas; sôfrega e sem par.