AOS ESCRAVOS DO ÓBVIO

EU NÃO SOU O QUE VOCÊ INSISTE E TEIMA EM ME VER E MIRAR SETAS ERRANTES COMO É O TEU CAMINHAR VIL .

COM TEU OLHAR É MÍOPE

QUE SÓ SERVE A TI E TEUS CAPACHOS

QUE SOB OS PORÕES

DAS TUAS ILUSÕES PERDIDAS E ACHADAS NA TERRA DO NUNCA

TU SEM UTOPIAS,

TU ESTÉRIL COMO O NADA VAZIO E TORPE

DOS TEUS AGORAS PREENCHIDOS POR FANTOCHES QUE TE SEGUEM COMO FANTASMAS AMBULANTES...

ACHADOS NOS ABSURDOS

DE TUAS CEGUEIRAS CEGAS

MAS NUNCA VISTA POR TU MESMO

NADA É O QUE TE PARECE SER

APENAS TU COM TEU LEDO ENGANO DANÇA SOB A REGÊNCIA DOS TEUS DOGMAS!!

A TI,

ESCRAVO DA TORTURA DAS APARENCIAS

MERGULHADO NAS DEMENCIAS DE MOMENTOS EM QUE TU INSISTES

APENAS SOBREVIVER

SEM SABOREAR OS CAMINHOS DOS VERBOS VIVER- EXISTIR ETERNAMENTE SENDO

ETERNO POEMA INACABADO, IMPERFEITO, TORTO ESCULPIDO PELOS DOCES VENTOS

DAS INCERTEZAS

COM OS CHEIROS DAS METÁFORAS TEIMOSAS

COM O GERME DOS LUGARES QUE AINDA NÃO EXISTEM

MAS QUE INSISTEM EM DIZER QUE SÃO PURAS E RETINTAS POSSIBILIDADES.

OS INSTANTES A TODOS INSTANTES PULVERIZAM

O OLHAR DE QUEM SE DESVIA DOS PORÕES, DOS COMODISMOS, DOS SUBSOLOS ÍNGREMES

DOS QUE APENAS VIVEM OU APENAS SOBREVIVEM

NA LIGEIREZA OCA E VAGABUNDA

SEM A MAESTRIA DA UTOPIA, DOS SONHOS, DA LOUCURA

QUE REGEM E ABASTECEM OS LOUCOS DE PLANTÃO SOBREVIVENTES DOS SONOS RASGADOS DE OUTRORA

APENAS A COMUNHÃO DO VIÉS DO EXERCÍCIO DE SER ETERNAMENTE SENDO

É O OUE TE FALTA PRA TE DESFAZER DE TUAS ILUSÕES MORIBUNDAS E IMUNDAS

E DAS SUJEIRAS ORIUNDAS DOS DESPERDÍCIOS QUE COMO NÓDAS FIXAS E FIRMES PERPERTUAM IRRIGANDO A TUA ALMA DE SUJEIRAS ILUSÓRIAS.

.

A TI,

O MEU DOCE SORRISO

E O MEU OLHAR SEM MÁGOAS E SEM RANCORES

DE UM DIA TESTEMUNHAR A TUA VIDA SE DESDOBRAR NOS TRILHOS DA INSISTÊNCIA DE VIVER POETICAMENTE SENDO.

(RAIMUNDO CARVALHO)