Eu sinto...
Hoje, deixei a janela aberta pra observar o sol que vai adormecendo no horizonte, a alma chega a sossegar. Ela tava meio embaraçada, cheia de dúvidas, com uma agonia danada.
Você sente?
Tenho a sensação de que as nuvens se movimentam lentamente, levando os pensamentos pra longe, mas não tão distante assim a ponto de esquecê-los.
Eita, sonhei acordada.
Faço silêncio, observo o dia esvair.
Você sente?
O céu mudando de cor, o vento sopra devagar, a lua começa a despontar, uma mãe fala ao longe: “vem pra dentro menino, cuidado no sereno”.
Você sente?
Se o ontem soubesse como o hoje seria, talvez, pegasse duas cadeiras, sentassem lado a lado com a intenção de dialogar as possibilidades, traçar as rotas da felicidade.
Você sente?
Escrevo, deixo as letras caírem no papel, a lágrima desce, o coração, ah meu pobre coração, tão calejado de viver devastado, de ver a paisagem mudar, sem poder aquela dor, no momento, sanar.
Você sente?
A melancolia que um dia minha alma cantaria, me lembrou uma doce poesia, de uma menina que aos poucos cresceria, sem saber por onde sua essência transbordaria.
Você sente?
Eu sinto.