TRÊS IRMÃS

São todas belas,

cada uma a seu jeito.

Vivo o dia-a-dia com elas

aninhadas em meu peito.

A primeira, a mais velha,

veio comigo no meu nascer

e comigo irá, até eu morrer...

Não tem fim, é vastidão.

Sempre firme, cravelha.

É ela a solidão.

A segunda, a mais querida,

dá o norte à minha vida,

desde a mais tenra idade.

Inseparável da primeira,

linda, prima-bandeira !

É ela a liberdade.

A terceira , a mais quieta,

dá sustento, alimenta.

Vagueia feito borboleta

mas, das três, é presidenta.

Elo mais perene da aliança,

é ela a esperança.

Solidão é a sina.

Liberdade, a vitória.

Esperança, uma heroína.

Entre as irmãs não há divisória.

Por todas as manhãs,

elas fazem minha história.