OS QUASE INVISÍVEIS

Crianças descem a cidade indo pescar no lago sujo.
Imunes aos odores de lixo fazem dos restos coisas de valor.
Bocas cheias de fome,
Olhos cheios de vida,
vidrados nas vitrines de dezembro percorrem as calçadas almejando almoços e jantares.

Em cima da terra
Debaixo do céu
Por lá se encontram todos os dias.


Que a invisibilidade desses seres não se simplifique
apenas em anotações inspirativas de poetas de barriga cheia.
Ed Moreira
Enviado por Ed Moreira em 23/06/2020
Reeditado em 30/06/2020
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