Conversa Imaginária com o Eu mais jovem
 
Num encarquilhar de meu ser revelho,
ou mesmo em uma imersão em autoconhecimento tardio;
talvez, um quê de comiseração voluntária e alento,
no auge da amarga sofreguidão.
 
Verdades incontestes projetam-se na tela da memória,
obscurecem na trila da consciência, o arrependimento que
ainda não chegou.  Aguardo, até mais um pouco, mas o afã
por expiação desmorona na frágil lufada de vento matreiro.
 
Quais conselhos a vivência do passado emprestará ao infante
ainda por conhece-la? Inócuos? Ou desesperançados? Novamente,
incorreria nos mesmos erros. Verdades se perdem em conjunturas,
que apenas o retroceder no tempo evidenciaria. Quimeras!
 
Sem mais divagações ou monólogos! Não é este um colóquio?
Discorre também, que espera de mim quando for eu? Silêncio...
o passado cala-se, amargo, avarento, como criança
mal criada. O passado cala-se, quando não existiu.
 
Marcus Hemerly
Enviado por Marcus Hemerly em 21/06/2020
Código do texto: T6983922
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