Meu berço

O berço onde durmo e acordo

É um lugar muito perigoso.

Parece bonito e aconchegante

Mas não passa de bregueços.

Os ursinhos acima de mim

Não se importam com pesadelos.

Minha boneca predileta

Abusa da minha paciência.

A minha chupeta cor de rosa

Entope os meus gritos por mamãe.

O travesseiro macio e cheiroso

Morde minha sanidade mental.

Eu não sou mais uma criança

Mas continuo aprisionada.

O meu berço está em falso

Meu berço é a humanidade.

O que me espera lá fora é a queda

Mas aqui dentro eu também caio.