Também sou África

Sinto calafrios no meu caudal, sou um rio

Sinto fome, sou um cemitério vazio

Há muita ânsia em mim, sou mais um caso

Há muita esperança em mim, sou um cemitério a espera de mais um caso

Ninguém mais deve perambular

Nas minhas ruas perfumadas

Ninguém por aqui deve deambular

Os meus remédios, tem agora raízes virais

As minhas palhotas são onlines

Neste século, não deixarei nascer

Nenhum Nkrumah, as barrigas das minhas mulheres são cristais

Também sou África

O berço da humanidade

A casa das calamidades naturais

O berço do morcego

Sou África

De cor

De peito e alma

África, prepare-se

Célio Calvino Nhancale
Enviado por Célio Calvino Nhancale em 19/06/2020
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