NA AMPULHETA
                      (Líricas de um Evangelho Insano)

                                                        Lilian Reinhardt
Muralhas se erguem
sob o tempo oxidado
há pólen de girassóis 
sob os pés encardidos da multidão
a criança chorava a beira do Lago
era apenas uma gota na folha
reluzindo o sol
Ela falou do sermão da folha
era sapo 
era borboleta 
 Lagartas   morriam no vazio das folhas
era plantação de joio no mundo
 diálogos sem sândalo no vaso
sem  preparos  na ampulheta