PRELÚDIO PARA UM AMOR

De longe chegam palavras
enfeitadas em versos perfumadas
de encanto.

Uma alfombra adjetivada
recebe o repouso feliz
do poeta contemplativo.

À noite, madrugada silente
o veludo tenro da voz
se faz música dolente.

O vinho tinto vai às taças
que aproximam as mãos
menos do que os corpos.

Dá-se o fulgor dos olhares
que se mergulham mutuamente
numa espiral de anseios.

Os corpos soltos num infinito só deles.
No chão jazem as taças tombadas
e no ar os acordes repetidos da última canção.


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Otávio Coral
Enviado por Otávio Coral em 18/06/2020
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