Indecifrável

Indecifrável

Sandra Ravanini

Mediando este grito que me falha,

mortificando este áspero negror

perguntando ao vitral do meu vetor:

por que os ledos me chamam mortalha?

Cruzo a multidão, clã inevitável,

em desdém protestando o violado;

soberbia do icor mortificado

seguindo o batismo indecifrável.

Acordando a noite que devora

contos e cadentes por desoras

aclarando a mea culpa, culpo o orco.

Arranho o sonho mercando o corpo!

E sem mais então, sem mais destarte,

empunho a haste e choro ao sangrar-te...

28/09/2007