Á espreita
Eu sou o guará azul escuro
focinho rubro faro cinzento
na noite alta doido procuro
matar a fome do sentimento
Embrenho matas, vago sedento
bebo da chuva desilusões
tenho nos olhos dois lampiões
que miram a dor e sofrimento
Não sou dócio nem compassivo
tenho nas garras podres motivos
para tragar quem anda amando
E se acaso fujam os amantes
não te perturbes não te espantes
sou eu que ando perto uivando.