ÀS MARGENS

ÀS MARGENS

por Juliana S. Valis

Lanço pequenas letras às margens

Das pessoas simples, à margem,

Humanamente à margem de tudo,

Como simples mensagem

Aos que nada tiveram...

Lanço essas letras aos sonhos às margens

Da insensatez do mundo (à margem),

Injustamente à margem de nada,

Como singela homenagem

Ao silêncio que, na alma, brada...

E, assim, na estrada, penso nas margens

Das alegrias desenhadas à margem,

Entre estrelas e tantas viagens

Daqueles que nunca ganharam

Nada, além de bagagens,

À margem dos risos às margens,

Roupagens dos rios sem trajes,

Fracassos rendem mil homenagens

Aos delírios de luz, feito lajes,

Entre rios de paz, sempre, às margens,

Neste mundo egoísta onde só importa "ganhar",

Ainda que num mar sombras de humanas miragens.

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