A ÚLTIMA FLOR
Sou constante chuva torrencial,
Dos meus olhos deságuam oceanos de mim.
Sou pálida cor, dissipando no céu invernal; Lamentando os contrastes do estio das despedidas, nevando ausências sem fim.
Estive tão perto da calma, desflorei a minha inocência no primeiro pecado.
Ardi em febre de quimeras que sonhei amar.
Morri por minutos, morri por dias, ainda hoje, eu estou morrendo.
Desejando viver fora de mim, querendo ter um coração batendo fora do meu peito. No teu.
Esbravejei aos anjos, aos demônios, questionei à Deus. Meu deus, todos os meus gritos sufocados por beijos insípidos, sugados em tragos nas doces ilusões.
Entreguei o meu corpo à quem não despiu a minh'alma; deitei em camas de espinhos, sangrei imensidões.
E tudo que eu sei são das flores e dos amores que se despedaçam;
E ao final da noite desisti dos sonhos, restaram só os meus tormentos. No silêncio eu permaneci! Coexistindo com meu peito vazio.