BALADA DE SAUDADE E CHORO

Chorando, triste, de saudade,
Seguindo a sós pelo caminho
Lembrando vou da crueldade
Que me deixou assim, sozinho...
Despido da doce ternura
Que me evocava teu amor
Fiquei sem tua formosura
Em prantos com a minha dor.

Pelo silêncio da cidade
Ou pelo intenso burburinho;
Em meio a tanta orfandade,
A tanta bruma e esfuminho;
No peito um pouco de candura
Ardendo em febre e dissabor
Seguindo vou em treva escura
A prantear a minha dor!

Numa total simplicidade
O que embalava o nosso ninho
Era a inocência, a castidade,
Era o afago e era o carinho.
Desse afeto a tessitura
Estava plena de langor
Até que veio a amargura
E mergulhou-me nessa dor!

OFERTA

Me lembro da felicidade
Que deu lugar ao  desamor
Numa enorme velocidade
A traduzir-se nessa dor!


Afuá, Pará, Brasil, 16 de janeiro de 2018.
Composto por Jayme Lorenzini Garcia. 
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