Itaimbé

Breu e silêncio em uma terra alongada.

Quadras velhas e pisadas.

Parque, hotel, casa por todos os lados.

Lugar comum no meio do nada.

Canal agudo de itá embé.

Escola, boteco, pontes e praças.

Lugar algum vai e passa.

Velha amiga profana.

Cheia de verdes esperanças e amarelas entradas.

Teu cheiro oscila opinões, se fechar os olhos nada sentirá, se abrir a boca tão pouco verá.

Tomo tua história não como um precipício, nem confundo-te como obra de uma garganta do Diabo.

Faço-te minha, com todas tuas contradições e imperfeições, assim como eu.

Vivi em ti, hoje vives em mim.

E, ao que parece, viveremos eternamente juntos.

Não adianta afirmar que não existe, pois é verdadeira, ainda que torta.

Desculpe os antepassados, pois tua memória pode não ser precisa.

E, não sumiras, mesmo que vire rio ou qualquer outro lugar.

Viverás, não só em fotos ou notícias de jornais,

viverás nas proximidades, nos arredores, nas profundidades de quem, contigo, passeou.

Itaimbé lugar de passagem.

Para os amigos e amigas de Santa Maria.