CARA PÁLIDA
CARA PÁLIDA
A água e o vinho
Descem em harmonia
No silêncio do ocaso
Ao acaso um ronco de motor
Quebra a monotonia
Que durou todo o dia
Os olhos repousam em livros
Que parecem eles, vivos
Aventurando-se em venturas
Visto que a vida burra
Leva ao isolamento
A sombras sem luz
Feridas sem pus
Paz falta em excesso
E não somos excelsos
Morte em vida retrocesso
Tecnologia que a tudo resolve
Menos a estupidez o revólver
A ignorância faminta
A cor retinta
De enorme preconceito
E passos trôpegos do pedinte
Que todos acham acinte
O acidente do não vivente
Uma droga um carente de amor
Um transeunte da dor
Caminhando em vias de veias
Espetadas sem dó sem dor
O êxtase imperdoável
O ser execrável
A ida sem retorno
Ao inferno que é aqui
Ali, acolá, alhures
Augúrios não os há
Infortúnios a mancheias
No sol que nasce que morre
Sem qualquer remorso
Luzes e trevas parte de Deus
Que concede o livre arbítrio
A escolha de inúmeras estradas
Asfaltadas, esburacadas
A beira de abismos
Ou planícies regulares
A escolha é nossa o ser imbecil
Clamar por ele é vilania
A cabeça é nossa Ele nos deu
Pensar, planejar, praticar
A vida é nossa é tua
Cara pálida