Meus versos
Meus versos
são frutas virgens,
de um vinho grená!
São frutas virgens...
Uvas na boca pequena dos poetas!
São frutas virgens...
Lua de mármore,
no rosicler céu das manhãs!
E as plumas do tempo
num dourado horizonte,
de trigo novo!
Cereal oriundo da terra,
a chiar com os ventos!
E essa dor de meus poemas
é o canto da lira...
A desabrochar e a florescer
Nas atalaias, nos outeiros,
na camuflagem dos crepúsculos!...
Desses fins de tarde
por trás das serras!
Meus versos me acodem...
Empunhando a flauta,
mel da boca...
Onde azulam os ventos!
São meus versos fulgidos...
No acender e no apagar
Dos dias!