Coluna mestra dos silêncios

Narceja ave emplumada

corre ao léu, ao vocejar das campinas!

Tomba do azul os matizes

cintila um fio de sangue.

Contíguos e longínquos

esses caminhos onde pranteiam...

Lacustres!

Viçoso odor de flor alada

que se rebenta...

Da oliva e do mirto,

da alfazema e da manjerona!

No vento, cítara de nuvens

dealbando nas chamas do horizonte...

Onde nunca dantes a matina dos tempos!

Onde sempre velhas, as cordas do silêncio!

À sombra das palavras iam regendo...

O rouxinol das penhas escabrosas...

No vento à saracotear suas asas!

O mesmo vento que chora no capim...

Onde se findam sem roteiros...

A rolar sobre os telhados das casas!

No abismo das palavras,

aglutinadas no silêncio!

Coluna mestra,

que sustenta o azul!

Onde se parte o sangue...

Na escura plumagen onde se crispa...

Nesses tapetes do tempo,

a dissolver no vão das ampulhetas...

Umbigo dessa terra infante.