Poeta cego
A maldição das palavras não
interrompem um delírio mordaz.
Nada, absolutamente nada, reluz as cores.
Açoitado pelo destino, antes, amigo,
pragueja por uma vingança vil.
Um breu cobre os olhos.
Livros, vídeos ou qualquer parede vivem em lembranças póstumas.
O olho caduca.
Perde a certeza e cala.
Sabe, em seu silêncio, que qualquer oração é vã.
Esfrega as palmas para sentir o que perdera.
Louco e verborreico, lança rimas guardas na memória adormecida.
Obrigado a pagar o preço do tempo, reluta pelo império doutrora.
Às vezes cínico com o malogro.
Noutras decoroso com o passado.
As sombras cobriram seu deleite.
Pouco a pouco o tempo serviu-lhe de lembrete para o fim.
A visão de tudo lhe amaldiçoou.