Exílio de um desejo!
Teu voou sereno,
Roubou minha liberdade.
Num lapso de tempo,
Escapou-me por segundos,
E num abrir e fechar de olhos
Aprisionaste meus pensamentos,
Numa redoma de versos.
Teu dom, teu talento!
Ressuscitastes minha fênix.
Num momento pleno de ardor,
Tocaste fogo em meu corpo,
Transcendental o instantes,
Que, com carinhos constantes,
Me conquistaste o amor!
Tumultuaste meu anjo,
A minha alma serena,
Num tempo, doma-me a fêmea,
No outro, soltas a fera na arena.
Que tua pena criou,
Meu lírico trovador!
Plácido e etéreo flutuas,
E amores cultua...
Sem receios, sem culpas.
Nas vidas de musas tantas,
Fazendo voltar a ser criança,
Mulheres sozinhas, sofridas,
Pelas desilusões dessa vida....
Me conquistaste poeta,
E do meu corpo se apossa.
Excitas os meus sentidos.
Despertas a minha libido.
Fico atada ao vício,
Do teu encontro noturno,
De tua imagem a vagar,
A beijar-me a pele,
A me fazer delirar.
Profeta de meus calafrios,
Com as mãos, adivinha-me as vontades,
Com a boca me alucina de verdade!
Dono de meus devaneios.
Das sensações sem controle.
Dos tremores, espasmos,
Meu doce pecado.
Hoje, nas noites de lua,
Quando minha loba se assanha,
E o desejo me domina as entranhas,
Me ponho a chamar,
Vêem meu poeta,
Vêem me amar!