Leituras
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Leituras
Quando leio vou a Malibú
Desvendo estrelas etéreas
Vasculho os escombros da loucura
Degusto sonoros poemas café com leite
Antevejo o golaço espetacular do gênio
que faz da torcida euforia e maluquice
Ééééé cam pe ão!
Ééééé cam pe ão!
Mas, onde estará o perverso?
Quando leio vou à aldeia
Brinco com Maypú, o índio menino
Enquanto pudermos, ainda, brincar
Nado em águas puras
Sei das pessoas límpidas
Sei das árvores tortas de engenhosas formas
Exalando os últimos aromas de doces sais
Mas, onde estará o perverso?
Quando leio deixo o peito escancarado
Navego nas palavras que me rodeiam
Sigo as idéias na direção delas
Abraço o autor
Que abraço é o universo do entendimento
Quando leio não contesto
Aceito e rumino
Mas, faço só minha a digestão
Mas, onde estará o perverso?
Depois que leio
Retorno ao cantinho da casa
Afago o dálmata parceiro
Bebo água, como pão.
Mas, onde estará o perverso?
Na sala é que não!
Elomar Gerhardt
Cachoeirinha/RS
09/10/2013
Publicado no Diário Gaúcho
29/01/2020 pág. 27
Edição 6.153 - Ano 20
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