Respiração dialética

Passos apressados, ponteiros correntes

Espaços lotados, retomados,

carências latentes.

A vida acumulada, entulhada

Trabalhos, prazos, abraços não dados...

Permanece o costume do toque nas gordas telas, gélidas, eficazes.

Igualmente as pessoas divididas

E interesses cada vez mais vorazes.

Os bolsos famintos, combalidos

Respiram timidamente.

Direita, esquerda e à frente

Sonoro não para os desvalidos.

Há aliviados sonhos, sorrisos sem máscaras

Descarados, amarelos, suspirosos

E o hábito da distância, já costumeira...

O egoísmo é instituído, vivido

De Beijos e desejos despido,

Erguida a falta como bandeira.