TRAPO HUMANO

Não desejo piedade.

Não desejo que de mim sintam pena.

Este trapo também já foi feliz,

Sorriu, amou e foi amado.

Hoje é infeliz, taciturno e abandonado.

A vida é uma roleta

E no jogo da vida, tudo que se foi

Voltará um dia ao ponto de origem.

Não, não desejo piedade.

Desejo somente amor e paz.

Amor ao próximo como alento

E paz para que eu possa

Mesmo como um trapo humano,

Marginalizado,

Continuar a reerguer-me após cada tombo

E poder chegar ao final

Da minha missão terrena,

Mesmo sofrendo, mas sem revolta.

Gonzaga Filho
Enviado por Gonzaga Filho em 10/06/2020
Código do texto: T6973143
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