TRAPO HUMANO
Não desejo piedade.
Não desejo que de mim sintam pena.
Este trapo também já foi feliz,
Sorriu, amou e foi amado.
Hoje é infeliz, taciturno e abandonado.
A vida é uma roleta
E no jogo da vida, tudo que se foi
Voltará um dia ao ponto de origem.
Não, não desejo piedade.
Desejo somente amor e paz.
Amor ao próximo como alento
E paz para que eu possa
Mesmo como um trapo humano,
Marginalizado,
Continuar a reerguer-me após cada tombo
E poder chegar ao final
Da minha missão terrena,
Mesmo sofrendo, mas sem revolta.