Apenas sou
Não escrevo
Busco.
Cadernos amarelados,
baú, gavetas...
Escritos passados
Releio.
Concentrada,
não me emociono.
Criteriosa, meticulosa,
sucinta, impessoal
Não interpreto
mas às vezes acho graça.
Já não me pertencem
quando alçam vôo.
Passam pelos olhos
de quem lê
Ficam no coração
de quem sente.
Novo tempo.
Ironia...
Renovada no antigamente
Palavra saudade
não me vem,
porque não sinto.
Cruel constatar?
Não... Liberdade!
Apenas sou.
Todos os dias
morro quando anoitece
Renasço quando amanhece.
Vivendo, mãos dadas,
Serenidade.
Meu dia hoje,
não tem baú, gavetas ou caixas.
Apenas um papel e uma caneta.
Poeta sou.
Assumo.