ALGEMAS
Presa na liberdade não consigo amar
o espaço que meu corpo ocupa,
não consigo voar mais do que um palmo,
não consigo lembrar o aroma da alfazema.
Prendida em meus braços
não enxergo as garras da mulher que eu sou.
Estou hoje vencida, cansada e aflita,
como andorinha em outro país, em outra gaiola…
O peito dói com a perda do poema,
tudo é frágil, tudo falha, tudo enjoa,
tudo passa e tudo cala quando és infeliz.