A falta que me faz

Sem o seu amor...

Já não sou eu, nem sou mais nada!

E além não vou,

de minha própria sombra.

Dos teus seios perfumosos...

Nascem os trevos silvestres

e a relvosa alfombra!

Na infanta do crepúsculo.

Deixe-me pos quérulo me vou!

Nesse Odeão de poetas mortos,

dilacerados!

Nas saudades de Junho e julho e agosto.

No silêncio rumoroso da palavra.

Botão de rosa augusta...

Louvação de flor:

esse réquiem que é o ludus do amor!

Em teu umbigo a orquídea e o milagre...

Tão Júbiloso do orvalho nos antúrios.

Viciosos na cantilena súplice

da luz, a se tecer em abrunho.

Ladridos ecoando,

Esse meu uivo de amor...

Aos ventos favônios.

Procurando as pupilas de mel.

Nos verdes anos navegados...

Sem o florescer do laurel.

Compungido a língua estudiosa.

Sem ego poeta...

Ser taciturno!

Ninguém sabe de mim

Nem lembram o arteiro menino que fui!

Beijando as putas incestuosas...

Resgatando-me das solidões!

Coração flor efêmera e indomável...

Metamorfoseou-se neste ser delicado.

Melancólica rosa, o vinho e o vinho.

Ruivo riacho!

Narinas abertas e o odor dos agapantos.

Crótalos de luxurosas sangrias...

No escuro das veias.

E enquanto vivo sempre nas auroras

e fins de tarde...

Lembrando a amada camélia, rosa das dores!

E o vento pelos cimos repetindo:

Teu nome de minha boca.

Na língua onde sobrevivo

Nesses jardins maduros.

E vou morrendo...

No cristal e na prata da cadeia!

Onde vai crescendo a morte

Nessa saudade.