MEMÓRIAS

Procura-se a alma escondida dentro de um corpo estranho,

Lembranças de um tempo perdido no precipício escalar

De uma vida medida na régua do destamanho

Na cadência do rebanho que para pra ruminar.

Surpresas saem das caixas, abertas de par em par

E o que fazer pra lembrar rostos, sentidos, histórias

Se a dono das memórias foi-se a devanear

Na imaginação portentosa,

Ilusão maravilhosa

Onde se voa deitado,

Onde o véu esfarrapado

Balança soltando estrelinhas...

E num jogo de advinhas os dias se vão e voltam,

A verdade é uma anedota dita por entre os dentes

De um ser cego e demente

Que ora rir, ora chora...

Que mesmo sem ir embora

Já se foi para não voltar.

Franz Znarf
Enviado por Franz Znarf em 08/06/2020
Reeditado em 27/01/2025
Código do texto: T6971366
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