No fim dos tempos
No fim dos tempos
Posso entender ratos no porão
Entendo ruídos da solidão
Avalio o legado dos escombros
o peso, do que não fiz, nos meus ombros
O inútil tic-tac dos relógios
Pois não estamos há tanto tempo de nada
Tudo volta aos primórdios
Reencontro com a pedra lascada
Desistindo dos nós górdios
Vamos desmontar quebra-cabeças
Girar a história às avessas
Vamos entender a invasão das baratas
Dos livros jogados às traças
Só peço que deixem a poesia intacta