Escolho agradecer

Disse um sobrevivente.

Do terrível holocausto.

Que tudo podem nos tirar.

Dinheiro, bens, a liberdade.

Roubar-nos o direto de falar.

Mas uma coisa nos restará.

E esta, só a nós caberá.

A liberdade pra escolher.

Qual atitude tomar.

Diante de um grande penar.

Então se posso escolher.

O melhor jeito pra viver.

Nesse momento tão difícil.

Que tanto nos causa sofrer.

Escolho acreditar e insistir.

Fazer poesias pra inibir.

O medo de sucumbir.

Com palavras colorir.

De esperança os nossos dias.

E espalhar boas energias.

Contagiando o interior.

Nesse ato libertador.

Capaz de amenizar a dor.

Encorajando aos que amo.

Pra seguirem acreditando.

Escolho agradecer.

Ser grata por tanta gente.

Que se doa diariamente.

Pra garantir nosso sustento.

Os que nos hospitais.

Enfrentam situações cruciais.

E os que a cada dia.

Me trazem o que preciso.

Evitando minhas saídas.

Protegendo as nossas vidas.

Enquanto arriscam as próprias vidas.

Escolho agradecer.

Por ter o meu trabalho.

De onde posso prover.

As minhas necessidades.

Sei que nessa pandemia.

Há também a agonia.

Dos milhares sem trabalho.

Passando por privações.

Sem ter de onde tirar.

O sustento, a provisão.

Nesse país tão desigual.

Escolho agradecer.

Pela família que construí.

Por ter amigos aqui e ali.

Pessoas que recebi.

Como dádivas do criador.

Preenchem o meu mundo de cor.

De alegrias e esperanças.

E nas atuais circunstâncias.

Mesmo estando à distância.

Me enviam aquela energia.

Que vem da empatia.

E acrescentam ao meu dia.

Luz, calor e alegria.

Zenilda Ribeiro
Enviado por Zenilda Ribeiro em 08/06/2020
Reeditado em 15/06/2020
Código do texto: T6971135
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