LILITH E A RAZÃO ADORMECIDA
LILITH E A RAZÃO ADORMECIDA
O veneno expelido
no frio fazia suspense
transe de névoa gelada
corpo semi nu tatoado
Ela precisa encontrar
aquilo que escreve sobre
troncos em vales mundanos
no horizonte das pedras
postas pra subirem os cegos.
Vidros espelhos cortinados
pano de fundo preto voando
parece a bruxa no topo
da montanha com fogo em
seus olhos querendo matar
uma alma distante , uma
alma estúpida , a alma dos
cegos perante o mundo.
Ela desafia as sombras e
as sobras sentadas na
escada com fome de vida
Mordem sua túnica fúnebre
Mãos sujas do descaso
O inferno golpeia no rosto
a figura de ratos famintos
Ela precisa correr pra cima
No alto o fogo não queima
Fugir do tempo esquecido
Muito tempo perto do vazio,
Lúcifer planta sementes que
germinam no sangue saindo
pelos lábios em línguas
distantes sedento do escuro
que precisa do fogo, encontra
no outro a máscara , esta
máscara de doentes perdidos
Há uma porta fechada entre
todas as portas abertas de
vento e ar com gosto de ruínas
Em cima um número pagão
em tinta escorrida onde
uma adaga perfurou a parede
sob a porta fechada , se abrir
a porta ela cairá por sobre seus pés
pensava ela ... sonhando ela
fica estática frente ao surto
de medo sem sentido
Fingindo descobrir o que
estava a procura
O que veio buscar pode estar
do outro lado deste pesadelo
este maldito escrito de versos
e pinturas vivas desde a falta
que suava fria na pele trêmula.
Constrói sua personagem
com uma dose apenas...
duas doses em cena estão
vivas e profundas no chão
que se abre por onde o medo
desceu derretendo...
Mas este ato chegou ao fim.
Música pra leitura: UFOMAMMUT / Stigma