Amuletos
Vá fosse um amuleto: de vida; de ser; e de luz...
Talvez eu tenha sido sozinho e blindado e alheio.
O rapto de mim mesmo, por íntimo transcender.
Arriscadas vias fecundas, mas mutáveis, mas vãs.
Vá fosse um devir: de luta; de flor; e de amor...
Sutilmente quer-se que em si imerso, imoto.
O tempo atravanca, libera, escolhe e separa.
Aferradas grades limitam o dentro do aflito interior.
Vá fosse um pesadelo: de fuga; de dor; e de ferir...
Só angustiado é que se espreita só, no portal do evo.
O passado é uma constatação de álacres rancores.
Horizontes infinitam fórceps, o fora do vívido interior.
Vá fosse um degredo: de alma; de si; e de pudor...
Ébero imanente de profundas e profanas dores.
O futuro é uma decisão emersa em peito inerme.
Quiçá minha própria lacuna: interminável questão!