As rosas decapitadas

As rosas decapitadas, tomadas de bem me quer, mal me quer...

Despedaçaram nas páginas, como um marca texto qualquer

Mancharam de rosa o branco, como lágrimas não choradas

Abriram as aspas em espólio, na maresia da marcha

Seria ela um aviso? Um canto tangente?

Seria ela um suspiro? Um agridoce ardente?

Só sei que o talo ficou no lixo

Coberto de espinhos

A separação da cabeça para o corpo

Foi como cortar o bem do mal caminho

Se bem me quer e mal me quer

Por que não querer os dois?

Afinal se a rosa tem a dor e a beleza

Alegra o santo e a safadeza

Enterra o morto e renasce para as incertezas

Misture feijão com arroz

Iago Melo

Iago Melo
Enviado por Iago Melo em 07/06/2020
Código do texto: T6970872
Classificação de conteúdo: seguro