As rosas decapitadas
As rosas decapitadas, tomadas de bem me quer, mal me quer...
Despedaçaram nas páginas, como um marca texto qualquer
Mancharam de rosa o branco, como lágrimas não choradas
Abriram as aspas em espólio, na maresia da marcha
Seria ela um aviso? Um canto tangente?
Seria ela um suspiro? Um agridoce ardente?
Só sei que o talo ficou no lixo
Coberto de espinhos
A separação da cabeça para o corpo
Foi como cortar o bem do mal caminho
Se bem me quer e mal me quer
Por que não querer os dois?
Afinal se a rosa tem a dor e a beleza
Alegra o santo e a safadeza
Enterra o morto e renasce para as incertezas
Misture feijão com arroz
Iago Melo