Metamorgoze

O homem que vê o mundo borrado,

sem lente e

sem detalhes,

canta o mundo

cheio de a,

de e,

de i,

de o e

de u.

Eu, pouco homem, procuro não cantar bem [porque não sei].

Eu, muito mulher, insisto em não tocar bem [tão pouco].

Eu, caduco, preciso recompor, compor e amor.

Às vezes, a raiva e o rancor derrotam a beleza do mundo.

Contudo, essa sombra não assombra.

Distraído preencho o vazio.

Esse profundo buraco [que] é tanto...

Mudo, luto, perdôo e muto.

Sem telhado vejo as estrelas.

Milhares de peças sob o tapete.

Por fim...

Sei que somos iguais...

Invento mil coisas para não fazer nenhuma.

Melhor assim...

Gozo, gozas, goza e gozamos...

Prazer, chamo-me Vida!