KARINA

Karina, tu és real?

Ou daquelas é

que me rouba

o gosto dos lábios

e se vai,

simplesmente?

Que me levas nas mãos

é certo

como a inocência:

e ainda assim, raios!

Não seria tudo um sonho?

Mera desculpa

para me arrancar a poesia?

Te sonho, Karina

porque é isso que és:

um sonho.

Se real ou não,

já não importa mais.

Os ais e a lembrança

(guardo aqui)

do perpétuo

beijo.

Te coloro, te vivo

de lápis e borracha

e sei: é loucura;

mas o bem que te quero

é o mal que não faço.

Quem mandou

me dar o céu da boca

num papel de fantasia?

Sonha-me, Karina

me afogue e vá,

mas antes

fica, enlaça teus lábios

à alma do sonhador

e ali mesmo morra

matando-o de amor.

Sivaldo Souza
Enviado por Sivaldo Souza em 07/06/2020
Código do texto: T6970653
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