KARINA
Karina, tu és real?
Ou daquelas é
que me rouba
o gosto dos lábios
e se vai,
simplesmente?
Que me levas nas mãos
é certo
como a inocência:
e ainda assim, raios!
Não seria tudo um sonho?
Mera desculpa
para me arrancar a poesia?
Te sonho, Karina
porque é isso que és:
um sonho.
Se real ou não,
já não importa mais.
Os ais e a lembrança
(guardo aqui)
do perpétuo
beijo.
Te coloro, te vivo
de lápis e borracha
e sei: é loucura;
mas o bem que te quero
é o mal que não faço.
Quem mandou
me dar o céu da boca
num papel de fantasia?
Sonha-me, Karina
me afogue e vá,
mas antes
fica, enlaça teus lábios
à alma do sonhador
e ali mesmo morra
matando-o de amor.