NOITES INTERMINÁVEIS (Caos do Universo)

Sempre está frio no meu quarto escuro,

sobre um caos repouso a minha cabeça.

Os lençóis envolto o meu corpo, o fio macio do algodão tocando de leve a minha pele.

Meu bom amigo, o travesseiro, com penas leves... testemunha a minha tristeza.

Porque a noite insiste um dilúvio em meus olhos invernais. Já tenho um mar correndo por debaixo do meu colchão, águas de uma imensidão... indo para lugar nenhum.

Faz anos que vivo noites intermináveis, dentro das sombras de um pesadelo desolador.

Para onde foram as rosas caídas das mãos, nas noites que as primaveras eram de amor?

Quantas madrugadas insones, eu pude sentir o hálito da morte eriçando os pelos da minha face, sussurrando o final. Ao abrir os meus olhos, ela olhou-me friamente, capturando a minha alma. Voou pela janela.

Caminho nessa estrada cheia de espinhos que perfuram a fragilidade do meu ser, um corpo moribundo. E se pudessem ler minha mente, ouviriam gritos horríveis e choro estridente dos meus sonhos despedaçados.

Eu tento organiza-los numa página em branco, palavras que não foram ditas e precisam serem escritas, fazendo sangrar a minha caneta. Só assim expurgo toda a dor que consome os meus ossos.

Se pudessem ler a minha mente, conheceriam os monstros que povoam a minha cabeça; Saberiam que há uma adaga atravessada no meu peito, fazendo o meu coração prisioneiro a sangrar rios em versos.

A poesia salva a parte de mim que ainda vive, mas expõe a outra parte já morta, para uma plateia intransigente.

E foi com o vento que escolhi viajar, para ver a beleza em cada amanhã...

Não mais me afogando na tristeza, sozinha no meu quarto frio e escuro.

Cristina Milanni
Enviado por Cristina Milanni em 06/06/2020
Reeditado em 06/06/2020
Código do texto: T6969705
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