O quê nasce da luz da poesia
Plantei a poesia, sem fama & sem a contracultura do Alen Ginsberg! Sem a poesia do Gary Snayder & logo passou o efeito narcótico do junky William Burroughs. Sonhei com Jack Kerouac & recitei para mim Walt Whitman!
Plantei um bambú na lama atrás de casa & do Japão o sol vermelho da bandeira num branco arrebol, que nasceu enferrujado & o soldado kamikaze, em mim sorriu calado & O falo pulsante em fogo & As cidades perdidas, captando a fome das futilidades & a noite percapta & As mulheres se desvelando & minhas primas minervas & A beleza fugida das lembranças & a amiga polivalente da poesia, químerica! A primeira paixão do povo, o amor dos sofredores & a rosa onde se encontra o espinho & A ambivalente noite sem luzes na avenida & As cidades vistas ao longe & as casas amorfas & as pessoas frivolas , no transcorrer das horas & O curral de peixes & as ostras sinceras na luz da manhã & Sua incógnita memória & seu supermercado de palavras & Seus palhaços mórbidos, fumando nos refeitórios vazios dos hospitais & os joelhos ralados & os patins de aluguel & As praças com suas flores & os amores que já nascem machucados & as lembranças miúdas, no drama dessa vidinha em desquerer.
Francisco Cavalcante